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quarta-feira, 14 de março de 2012

Renamo desmente a polícia e diz que infligiu várias baixas em Nampula

14 de Março de 2012, 15:44

Maputo, 14 mar (Lusa) - A Renamo, principal partido da oposição moçambicana, afirmou hoje que os seus guerrilheiros infligiram várias baixas à polícia nos confrontos do dia 08 em Nampula, rejeitando o balanço das autoridades sobre o ataque à delegação do partido.
O Governo moçambicano indicou a morte de apenas um polícia e de um ex-guerrilheiro e a detenção de 34 elementos da Renamo, durante o ataque da polícia à delegação do partido na província de Nampula, norte de Moçambique.
A polícia justificou a investida com uma ação de autodefesa contra um alegado ataque dos ex-guerrilheiros da Renamo, que desde dezembro estavam concentrados na delegação do partido.
Segundo a polícia, sete ex-guerrilheiros contraíram ferimentos e dezenas puseram-se em fuga e juntaram-se à guarda do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, que reside a algumas centenas do local das escaramuças.
No balanço que hoje deu à Lusa, o porta-voz da RENAMO em Nampula, António Nihórua, afirmou que morreram vários polícias em resultado do ataque e não apenas um, enquanto do lado dos ex-guerrilheiros da Renamo não se registou nenhum óbito.
"A polícia não está a ser correta nos seus dados. Ninguém morreu da Renamo, as baixas foram do lado da polícia, eles perderam vários, incluindo um comandante da Força de Intervenção Rápida (FIR)", afirmou o porta-voz.
António Nihórua negou ainda que tenham sido detidos 34 ex-guerrilheiros, admitindo a detenção de apenas oito, dos quais quatro já foram libertados.
"Dos antigos guerrilheiros, foram presos apenas oito, os outros detidos são populares que passavam pela rua da delegação. A polícia tem essa tendência de mentir", disse.
O porta-voz da principal força política da oposição moçambicana em Nampula disse ainda que os ex-guerrilheiros da Renamo retiraram-se da sede do partido, para evitar um banho de sangue e não por rendição.
"A sede é nossa propriedade e não está ocupada pela polícia, apenas retirámos, para evitar um banho de sangue. Estamos a estudar internamente os próximos passos", acrescentou António Nihórua.
Sobre os guerrilheiros do partido dispersados pela polícia, o porta-voz da Renamo afirmou que os mesmos se encontram alojados nas sedes do partido espalhadas pelos bairros de Nampula.
A RENAMO tem reiterado que não voltará à guerra, como forma de diluir o espectro de guerra instalado por 16 anos de confrontação armada que o partido moveu contra as forças governamentais da FRELIMO, até ao Acordo Geral de paz em 1992.

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