Segundo informações vinculadas pelo Estado Moçambicano nas vésperas da abertura da FACIM que pela primeira vez será em Marracuene, num futuro muito próximo entrará em funcionamento cinco novas fabricas de cimento na província de Maputo. Com entrada em funcionamento dessas unidades, o preço de cimento deverá baixar significativamente nas cidades de Maputo e Matola, a pesar de as que já existem, mesmo com a capacidade instalada aumentada continuarem a não conseguirem competir em termos de preços com o cimento importado.
Como estão a ver caros irmãos, está Frelimo não se interesse de Moçambique mas sim da Cidade e Província de Maputo. Maputo existem fabricas de cimento e segundo os seus interesses vão instalar outras cinco novas fabricas de cimento na mesma província. A questão que coloco se vocês me ajudam a reflectir é a seguinte. Se Maputo tem fabricas de cimento e os preços deste produto continuam elevados e pior de tudo sem um preço fixo. Porque não dividirem as tais fabricas em outras cinco províncias. Vocês sabem o quer dizer, uma pessoa que quer construir em Lichinga ter que depender do cimento de Nacala, e já pensaram a quanto essa pessoa vai pagar por cada saco de cimento e quanto lhe custará construir uma casinha condigna?
Porque tanta diferença no mesmo país e o mesmo povo? Claro na óptica de quem sabe ler os acontecimentos, os Moçambicanos estão divididos entre os do norte, os do cento e os do sul. Estes últimos são segundo a Frelimo os que merecem ter uma vida digna, pois são os mais inteligentes e sabem manipular os outros. Se não fosse isso, teriam um comportamento diferente e um tratamento ao menos aproximado. Mas a realidade é que a diferença é mesmo de fazer chorar o outro colonizado.
Pergunto eu, qual é a diferença entre o colonialismo português e a Frelimo? Não será a Frelimo o pior colonizar dos tempos que Moçambique conheceu? Fala-se de fabrica de anti-retrovirais, de montagem de viaturas e por ai. Tudo no Maputo, porque as outras províncias não merecem ou é porque os tubarões que devem gerir tais fabricas encontram-se no Maputo? Como pode desenvolver o país se acumulam tudo no mesmo sitio, ou seja, se a distribuição dos bens é exageradamente desigual?
Questão dos agricultores brasileiros no norte
Não quero ser pessimista quanto esta oportunidade de desenvolver a agricultura no norte do país. No entanto, coloco a questão de que, porque as industrias/fabricas no sul e a agricultura no norte. Quem será o verdadeiro beneficiário desta mecanização agrícola no norte? Macuas, Nyanjas, Macondes, Chuabos,…ou os mesmos tubarões em detrimento dos legítimos proprietários dessas terras que vão ser escorraçados?
Será por falta da agricultores brancos que Moçambique continua pobre? O algodão, o milho e a soja que se falam, produzimos em quantidade suficiente e até para abastecer mercados exteriores. A melhor coisa para sairmos dessa provocada pobreza, seria apostar na construção de vias de acesso e celeiros e mecanismos de processamento local desses produtos. Quantas fabricas de algodão foram fechadas nessas províncias do norte e porque não reabrirem essas fabricas pois elas têm suas machambas onde produziam?
Porque é que quando a produção do algodão do amendoim, do milho, castanha de caju, feijões…. produzidos nessas províncias aumenta, baixam os preços o que leva ao camponês a reduzir ou abandonar essa cultura? Porque é que muitos produtos apodrecem nos camponeses e depois quando passa a época passam fome? Simples a resposta, porque não têm quem lhes ajude a conservar esses produtos; não há onde processar os cereais.
Os cerais dessas províncias quase mais que a metade vão nos países vizinhos como Malawi, Zâmbia, Zimbabwe e ai são processados e conservados para depois voltarem a venderem aos produtores a um preço muito alto com pretexto de que são cereais deles, que na verdade são frutos da nossa produção. O camponês moçambicano está obrigado a um opção que em condições normais não tomaria. Ou opta por aceitar o preço de compra proposto pelos compradores ou ficar com seu produto e apodrecer porque não tem como conservar por longo tempo.
Risco
Será este projecto para beneficiar os nativos e o país em geral, ou para recuperar a colonização que fez empobrecer o país. Os brasileiros desenvolveram graças aos escravos africanos que eram tratados como animais sem direito de nada. Hoje ainda se nota as sequelas desta escravidão, será que não vão continuar essa politica colonial?
A Frelimo sempre quando quer alcançar os seus intentos sempre evoca, ser vontade do povo. No entanto, nunca estão ai para o tal povo, nunca consultou o povo em coisas que vão afectar o próprio povo. Nunca se interessam das consequências das ofertas, mas sim o crescimento dos bolsos gordos deles.
Essas zonas vivem pessoas que aproveitam esses terrenos e tem autoridade local que representam de forma directa o povo. Não são deputados da assembleia da república que não representam a ninguém mas sim a sua família e seu egoísta bem-estar. Nesta ordem de ideias sugiro que consultem as populações que expliquem a verdade e que apresentem tudo; os termos de contrato, as modalidades de exploração, que produção levarão a cabo, em que áreas, onde e como ficarão os camponeses dessas terras, quais são os benefícios para o povo e para o país, quais são os pró e cons desse projecto, como vai ser a mão de obra, e em caso de irregularidade e maus tratos aos empregados Moçambicanos onde recorrer e quais são as medidas que serão tomadas aos infractores….
Que se faça um estudo de viabilidade envolvendo as populações locais e que respeitem a opinião e decisão povo local. Apelo ao governo da Frelimo que seja mais sensível a esta questão e procure proteger o povo. Que distribuam os bens de forma equitativa segundo a necessidade de cada província e de cada povo. Ou pensam que o sul não tem terreno para esse tipo de agricultura, ou que o norte não merece ter fabricas e industrias? Lembrem-se, quem semeia vento recolhe tempestade e quem com ferro mata, com ferro morrerá…..
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