O líder dissidente da Resistência Nacional de Moçambicana (Renamo) disse hoje que se identifica com as exigências dos insurgentes em Cabo Delgado, considerando que os grupos que têm protagonizado ataques armados no norte são seus "amigos".
"As exigências dos homens de Cabo Delgado são as mesmas que as nossas", disse Mariano Nhongo, falando a jornalistas na cidade da Beira por teleconferência, a partir de um ponto incerto de Gorongosa, centro de Moçambique.
A província de Cabo Delgado tem sido alvo de ataques de grupos armados que organizações internacionais classificam como uma ameaça terrorista e que em dois anos e meio já fez, pelo menos, 350 mortos, além de 156.400 pessoas afetadas com perda de bens ou obrigadas a abandonar casa e terras em busca de locais seguros.
O líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo, grupo de guerrilheiros dissidentes do principal partido da oposição que reivindica melhores condições de reintegração social após o acordo de paz de agosto último, convocou a conferência de imprensa para denunciar um alegado acordo que prevê que os guerrilheiros da Renamo apoiem o exército moçambicano na luta contra a insurgência em Cabo Delgado.
"Nós não temos a responsabilidade de ir lutar em Cabo Delgado, aqueles são nossos amigos porque o que eles estão a exigir é o mesmo que nós estamos a exigir. Porque iríamos lutar entre nós?", questionou Mariano Nhongo.
A Lusa contactou o porta-voz da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), José Manteigas, que considerou as alegações absurdas e infundadas.
"Nós não temos nenhum acordo com o Governo para apoiar as operações do exército em Cabo Delgado. Isso não passa de um ‘bluff’ e uma tentativa de manipulação", disse o porta-voz da Renamo, reiterando que Mariano Nhongo já não faz parte da Renamo.
Nhongo é acusado pelas autoridades de protagonizar ataques armados em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala, por onde deambula o grupo que dirige, incursões que desde agosto do ano passado resultaram na morte de pelo menos 22 pessoas.
Além de exigir a renúncia do presidente da Renamo, Ossufo Momade, o grupo tem ameaçado recorrer à violência armada para negociar melhores condições de reintegração social do que as acordadas pelo seu partido com o Governo, mas, por outro lado, também se tem recusado a assumir a autoria dos ataques.
No final do mês passado, grupos armados invadiram as vilas de Mocímboa da Praia e Quissanga, em Cabo Delgado, em menos de 48 horas, ataques que foram reivindicados por alegados grupos 'jihadistas', que, num vídeo distribuído na Internet, disseram que o objetivo é impor uma lei islâmica na região e que não queriam a bandeira da Frelimo, partido no poder.
Foi a primeira mensagem divulgada por autores dos ataques que ocorrem há dois anos e meio na província de Cabo Delgado, gravada numa das povoações que invadiram.
LUSA – 03.04.2020
"As exigências dos homens de Cabo Delgado são as mesmas que as nossas", disse Mariano Nhongo, falando a jornalistas na cidade da Beira por teleconferência, a partir de um ponto incerto de Gorongosa, centro de Moçambique.
A província de Cabo Delgado tem sido alvo de ataques de grupos armados que organizações internacionais classificam como uma ameaça terrorista e que em dois anos e meio já fez, pelo menos, 350 mortos, além de 156.400 pessoas afetadas com perda de bens ou obrigadas a abandonar casa e terras em busca de locais seguros.
O líder da autoproclamada Junta Militar da Renamo, grupo de guerrilheiros dissidentes do principal partido da oposição que reivindica melhores condições de reintegração social após o acordo de paz de agosto último, convocou a conferência de imprensa para denunciar um alegado acordo que prevê que os guerrilheiros da Renamo apoiem o exército moçambicano na luta contra a insurgência em Cabo Delgado.
"Nós não temos a responsabilidade de ir lutar em Cabo Delgado, aqueles são nossos amigos porque o que eles estão a exigir é o mesmo que nós estamos a exigir. Porque iríamos lutar entre nós?", questionou Mariano Nhongo.
A Lusa contactou o porta-voz da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), José Manteigas, que considerou as alegações absurdas e infundadas.
"Nós não temos nenhum acordo com o Governo para apoiar as operações do exército em Cabo Delgado. Isso não passa de um ‘bluff’ e uma tentativa de manipulação", disse o porta-voz da Renamo, reiterando que Mariano Nhongo já não faz parte da Renamo.
Nhongo é acusado pelas autoridades de protagonizar ataques armados em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala, por onde deambula o grupo que dirige, incursões que desde agosto do ano passado resultaram na morte de pelo menos 22 pessoas.
Além de exigir a renúncia do presidente da Renamo, Ossufo Momade, o grupo tem ameaçado recorrer à violência armada para negociar melhores condições de reintegração social do que as acordadas pelo seu partido com o Governo, mas, por outro lado, também se tem recusado a assumir a autoria dos ataques.
No final do mês passado, grupos armados invadiram as vilas de Mocímboa da Praia e Quissanga, em Cabo Delgado, em menos de 48 horas, ataques que foram reivindicados por alegados grupos 'jihadistas', que, num vídeo distribuído na Internet, disseram que o objetivo é impor uma lei islâmica na região e que não queriam a bandeira da Frelimo, partido no poder.
Foi a primeira mensagem divulgada por autores dos ataques que ocorrem há dois anos e meio na província de Cabo Delgado, gravada numa das povoações que invadiram.
LUSA – 03.04.2020
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