Bakhir transferido para quartel de Moamba
24 de Setembro de 2012, 11:52
O empresário Mohamed Bakhir Ayoob foi transferido no passado fim-de-semana das celas da Força de Intervenção Rápida, onde esteve encarcerado, para o quartel da FIR em Moamba, na província de Maputo, avançou esta segunda-feira, o Canal Moz.
Fontes policiais garantiram ao Canalmoz que Bakhir esteve a tentar comunicar com Arlindo Timane, outro detido pela Polícia, acusado de ser um dos operacionais dos raptos.
Bakhir, acusado de ser o mandante dos sequestros e assassinatos de empresários mulçumanos em Maputo foi detido na passada sexta-feira numa operação de forças especiais da Polícia da República de Moçambique.
Ainda segundo fontes policiais, Bakhir já começou a ser interrogado pela FIR e teria confessado que possui(a) dívidas avultadas com o empresário Ahmad Jassat, que foi morto há meses vítima de baleamentos, na Avenida 24 de Julho, em Maputo. Segundo o Canal Moz, Bakhir teria confessado ainda deter dívidas com os donos da “Mundo Câmbios” e “Africâmbios”, dois empresários que também sofreram tentativas de raptos nos últimos meses.
Ao tudo, Bakhir teria confessado à FIR que tem dívidas acima de 17 milhões de dólares, conforme indicado ao Canalmoz de fontes ligadas à Polícia.
Notificados para depor
O Canalmoz explica que apesar de a prisão ainda não estar legalizada, há cidadãos a serem notificados para serem ouvidos pela FIR. Foram apurados os nomes de Selvanir Hanifi e Leyla Brito, senhoras das relações de Bakhir que teriam recebido duas viaturas de luxo avaliadas quase 180 mil dólares, como presente, após o rapto de uma senhora ligada aos donos da “Delta Trading”.
Quem é Bakhir
O empresário Mohamed Bakhir é proprietário de muitas lojas na cidade de Maputo, entre as quais “Bakhir Cel Shop”, “Bakhir Game Shop”, “Bakhir Auto Style”. Este empresário é filho da dona da “Electromundo”, uma famosa loja localizada na avenida Vlademir Lenine, na cidade de Maputo. O tio de Mohamed Bakhir foi morto a tiro, na década de 1990, na cidade de Maputo e a sua mã passou a assumir os negócios familiares.
Bakhir é casado com Zeinab Bachir, filha do empresário Momade Bachir Sulemane (MBS), o dono “Maputo Shopping Center”.
De que é acusado Bakhir
Conforme o Canalmoz apurou de fontes policiais, Bakhir é acusado de vários raptos e assassinatos de empresários moçambicanos, muçulmanos. De trinta ano de idade, o empresário Bakhir é investigado no caso do assassinato do empresário Ahmad Jassat, dono da “Expresso Câmbios”, que foi baleado há meses na cidade de Maputo, na Avenida 24 de Julho, tendo falecido na vizinha África do Sul, numa unidade hospitalar. Bakhir é acusado ainda de assassinato do empresário Momade Ayob, do grupo “Ayob Comercial”, que também foi morto numa tarde de sexta-feira, por volta das 13 horas, à frente da mesquita E-Jilani, na rua Rainha Nomatuku em Maputo.
Os raptos
Pesam ainda contra Bakhir acusações de ser mandante de alguns raptos consumados e fracassados, de empresários muçulmanos e ismaelitas na capital. É o caso do rapto fracassado que ocorreu em Novembro de 2011, onde tentou raptar o proprietário da “Mundo de Câmbios”, de nome Kasif, na zona da Belita. Também o caso da tentativa falhada de rapto do proprietário da “Africâmbios”, mas que foi confundido com o seu empregado. É ainda indiciado de rapto de uma senhora ismaelita, familiar de donos da “Delta Trading”. Ainda é acusado no caso de rapto de Ibrahimo “Machava”, proprietário dos “Armazéns Machava”. Também é acusado no caso de rapto do proprietário dos “Armazéns Favorita”, de nome Salim, e no rapto de proprietário da SOMOFER, de nome Yaqub.
A Polícia estava ao encalço de Bakhir há alguns meses, mas esta sexta-feira foi consumada a sua detenção, depois de existir o mandato de busca na sua residência.
Perda de mais de três milhões de dólares em casinos sul-africanos
A Polícia soube também junto de fontes da polícia sul-africana que o genro de Bakhir teria perdido em casinos sul-africanos cerca de 24 milhões de rands, equivalente a três milhões de dólares.
Máximo Dias convidado para advogado do genro de Bakhir
O advogado e político Máximo Dias foi convidado para a defesa de Bakhir.
Contactado pelo Canalmoz, Máximo Dias disse que apenas foi chamado para acompanhar o empresário Bakhir nos depoimentos à Polícia, negando que tenha sido constituído advogado de Bakhir.
Quanto à detenção de Bakhir, Máximo Dias disse no contacto telefónico com o Canalmoz que Bakhir “foi intimado para depor” e que “não sabe se será detido ou não”, entretanto Bakhir acabou por ficar detido.
Milhões para libertar Bakhir
Entretanto, fontes policiais alegam que está em curso uma movimentação de advogados influentes da praça, para estes pagarem caução em elevadas somas de dinheiro a fim de garantir a soltura do genro de Bakhir, para responder o caso em liberdade, mediante o termo de identidade e residência.
De acordo com o Canalmoz, o dinheiro em movimento, não será apenas para pagar a caução. Fontes policiais terão referido que o juiz da instrução criminal que deve legalizar ou não a prisão de Bakhir está a ser pressionada para libertar Bakhir. Pessoas próximas do empresário Bakhir têm a certeza que o mesmo será liberto entre a próxima quarta-feira e quinta-feira.
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