"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



domingo, 26 de agosto de 2012

Muçulmanos em Nampula distanciaram-se das manifestações convocadas em Maputo

 
A comunidade apelou,..., a toda a comunidade muçulmana à escala nacional a não se deixar instrumentalizar por indivíduos que usam a religião para finalidades políticas.
A comunidade muçulmana em Nampula, representada pela comissão dos Álimos ”teólogos”, apelou, na manhã deste sábado, em conferência de imprensa, a toda a comunidade muçulmana à escala nacional a não se deixar instrumentalizar por indivíduos que usam a religião para finalidades políticas. este apelo foi lançando no final do encontro havido na manhã do sábado, na sala de reuniões da reitoria da Universidade Lúrio, no campus de Marere, cidade de Nampula, entre a comissão - em representação da comunidade islâmica de Nampula, por sinal a maior do país, com cerca de quinhentos mil membros - e os ministros da justiça e da educação, em representação do governo.
O encontro de cerca de duas horas, que decorreu à porta fechada, tinha como objectivo esclarecer à comunidade muçulmana a decisão tomada pelo governo em relação à polémica questão da proibição do uso de hijab “véu islâmico” nas escolas públicas, privadas e particulares do país.
Na conferência de imprensa, depois do encontro, a ministra da Justiça, Benvinda Levi, referiu que, ao contrário do que estabeleciam as circulares números 1387/2012 e 06 GM/MINED/2012, dos dias 31 de Julho e 10 de Agosto de 2012, do Ministério da Educação e Cultura, que apenas permitiam o uso do véu islâmico no período de Ramadan, o governo decidiu, em Conselho de Ministros, permitir que os muçulmanos usem o véu islâmico nas escolas em qualquer altura do ano.
Importa  esclarecer que esta decisão do governo surge depois de uma série de ameaças efectuadas pelos muçulmanos em Nampula, entre as quais romper todas as relações com o governo e partido Frelimo, entre outras.
Abdul Latifo, porta-voz da comissão dos teólogos muçulmanos louvou a decisão do governo e prometeu divulgá-la no seio da comunidade muçulmana na extensa e populosa província de Nampula.
Latifo disse, ainda, que se governo continuar a pautar por esta postura do diálogo não só com os muçulmanos, mas com todas as forças vivas da sociedade, vai evitar muitos males e perpetuará a paz e harmonia social no país.
Neste encontro, a comissão dos Álimos de Nampula não apresentou aos representantes do governo preocupações relacionadas com a questão dos raptos que têm estado agitar a comunidade muçulmana na capital do país.
Questionados pela imprensa sobre a sua posição em relação às já convocadas manifestações pacíficas, paralisação da actividade comercial, entre outras medidas, Abdul Latifo disse que a comunidade muçulmana em Nampula, tudo o que sabe é pela imprensa, e não podia tomar nenhuma decisão sem contacto formal com os mentores destas reivindicações em Maputo. contudo, clarificou que os muçulmanos em Nampula são pelo diálogo e acreditam que dialogando com o governo é possível encontrar soluções para diversos males, incluindo a questão dos sequestros. Latifo alertou a sua comunidade para estar atenta aos já evidentes esforços de usar a religião muçulmana e problemas que afectam a sua comunidade para ganhos políticos de meia dúzia de pessoas. Latifo terminou a sua intervenção manifestando solidariedade às famílias vítimas de sequestros e apelando ao governo a procurar estancar o fenómeno com urgência.

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