"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 31 de maio de 2016

PRM acusa Renamo de atacar Forças de Defesa e Segurança em Manica

 

31 de Maio de 2016, 17:12

A Polícia da República de Moçambique (PRM) acusou hoje a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) de atacar uma patrulha das Forças de Defesa e Segurança na província de Manica, centro de Moçambique.

Falando durante a conferência de imprensa de balanço semanal das atividades policiais, o porta-voz do Comando Geral da PRM, Inácio Dina, disse que o ataque aconteceu às 13:00 (12:00 de Lisboa), contra uma patrulha das Forças de Defesa e Segurança no distrito de Barue.


"Neste momento, está em curso o processo de perseguição para a detenção dos homens da Renamo que continuam a semear terror", afirmou Inácio Dina, referindo que ainda não há informações sobre a existência de vítimas.


"Os colegas estão em processo de perseguição e em momento oportuno teremos o balanço", disse.


Moçambique tem conhecido um agravamento da violência política, com relatos de confrontos entre a Renamo e as Forças de Defesa e Segurança, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados.


A Renamo tem sido acusada pelas autoridades de vários ataques nas principais estradas do centro do país, incluindo contra alvos civis, que o líder da oposição justifica com a circulação de militares em viaturas de transporte público.


O Governo moçambicano e a Renamo retomaram, na semana passada, em Maputo, o diálogo sobre o fim da crise política e militar no país, após vários meses de paralisação das negociações, depois de a Renamo se ter retirado do processo, alegando falta de progressos e de seriedade por parte do executivo.


O principal partido de oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.

"Quer isto dizer que a EMATUM comprou, por um preço fabuloso, barcos que não servem para o fim a que estavam destinados"

 


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MARCO DO CORREIO por Machado da Graça
Olá, Julieta
Espero que continues de saúde desde a semana passada. Do meu lado está tudo normal, felizmente.
Como te lembras, a semana passada escrevi-te a propósito dessas empresas fantasmas que estão a desgraçar o nosso país.
Só que, entretanto, um artigo da insuspeita Agência de Informação de Moçambique (AIM) alertou-me para aspectos que eu desconhecia.
Diz o tal artigo que o Ministro da Economia e Finanças informou o Parlamento que os barcos da EMATUM não obedecem aos requisitos necessários para os atuns que pescam poderem ser exportados para a União Europeia. E alguém me disse que também não para o Japão. Ao que percebi a capacidade de refrigeração dos peixes é inferior à que os compradores exigem.
Ora a União Europeia e o Japão são, precisamente, os principais importadores mundiais de atum.
Quer isto dizer que a EMATUM comprou, por um preço fabuloso, barcos que não servem para o fim a que estavam destinados.
Tendo os barcos sido fabricados de propósito para a pesca do atum num estaleiro situado num país da União Europeia, será que ninguém, de um lado e do outro, se apercebeu desse problema?
Quem terá elaborado as especificações técnicas para a construção dos barcos? E essas especificações estavam correctas ou não? No primeiro caso, se os estaleiros da Normandia não cumpriram especificações correctas, eles próprios deveriam ser obrigados a reparar o erro. Se não estavam correctas, a responsabilidade é do comprador.
Mas o Ministro Adriano Maleiane disse mais.
Disse que esse problema está a ser resolvido com a transformação dos barcos numa empresa sul-africana. Transformação feita gradualmente, porque a despesa é muito grande e não dá para transformar os 24 barcos de uma vez. Por agora estão na África do Sul 10.
Ele não falou em custos, mas disse que a despesa é muito grande.
E eu pergunto: de quanto é essa despesa? E, sabendo nós que a EMATUM está completamente falida, quem está a pagar a conta? Com que dinheiro? Isto é, para além de tudo o que já estamos a pagar (quanto a mim ilegalmente...) quanto mais vai sair dos bolsos dos contribuintes para fazer a adaptação dos barcos?
E os indivíduos, clarividentes e visionários, que nos meteram neste sarilho continuam sem ser chamados a esclarecer isto tudo?
Nem sei se isto dá para rir ou para chorar.
Um beijo para ti do
Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ – 31.05.2016

A Lusa e o argumento da mão externa!

 


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Ainda não se conhece, muito bem, o nome do que os cerca de 25 milhões de moçambicanos são actualmente obrigados a assistir e a sentir os efeitos perversos sobre as suas vidas. Não se sabe se é guerra. Não se sabe se é guerra “não declarada”. Não se sabe se são acções de “terrorismo” protagonizadas por este ou aquele grupo. Não se sabe se é simples desordem pública.
O que é verdade e todos concordamos, é que o país não está bem. Não está bem politicamente e não está bem, também, em termos de ordem, segurança e tranquilidade públicas. Para completar o azar dos 25 milhões de moçambicanos e porque o azar nunca vem só, estamos hoje a viver o dilema de termos sido obrigados a carregar o pesado e insuportável fardo do que já apelidamos de “crise da dívida pública”.
Esta é que é a verdade. A questão que se coloca, sem descurar a pergunta sobre as soluções que devem ser elencadas para ultrapassar esta realidade, é: quem é responsável por essa imagem que pinta de negro todo um país e toda uma nação?
Não se consegue unanimidade na busca de respostas para esta pergunta. Uns dizem que os culpados são governantes. Outros dizem que somos todos nós, porque nós deixamos os governantes serem donos únicos do país e, daí a fazerem e desfazerem a seu bel prazer.
Outro grupo ainda entende que os culpados somos todos nós porque, além de buscarmos soluções, ficamos a apontar o dedo contra este ou aquele, exibindo, no fim, a nossa preguiça e falta de criatividade colectivas. Mas há também aqueles que preferem sacudir completamente o capote, apontando dedo acusador ao que se chama “mão externa”.
Estes últimos, até hoje, culpam o colonialismo pela pobreza a que está voltada maior parte dos países do continente africano. É este grupo que entende que, se não fosse o colonialismo, a graça divina ter-nos-ia feito ricos. E hoje seríamos ricos. Este é o grupo que, por mais diminuto que seja, é tão barulhento porque tem o controlo dos meios para difundir as suas teses.
É este grupo que, num desses dias, um reitor de uma das mais renomadas universidades do país chamou-os cachorros que tem a missãode latir e fazer muito barulho quando o barulho convém ao seu dono. É esta a estória de culpabilizar o vizinho pelos nossos fracassos e fraquezas. Há sempre uma “mão externa” por detrás da pobreza, das dívidas, das guerras, das valas comuns, dos corpos espalhados pela mata e, por aí além.
Vem tudo isto a propósito da frente que o ressuscitado e telecomandado G40 abriu contra uma agência noticiosa internacional. A agência portuguesa de notícias, a Lusa.
Em relação a agência já tudo este grupo disse e até já aconselhou à expulsão do delegado da Lusa, Henrique Botequilha e o encerramento da agência. Tudo porque, segundo este grupo, que prefere justificar tudo a partir da “mão externa”, entende que a Lusa mentiu, a mando dos patrões europeus, ao dizer que existia uma vala comum em Canda, Gorongosa, província de Sofala.
O que se diz é que, na última sexta-feira, o Botequilha assumiu, durante uma audição parlamentar, terem sido cometidos erros de todos os tamanhos e feitios nas notícias publicadas pela agência Lusa, no caso da vala comum. E o facto de o Botequilha ter supostamente admitido erros, significa que as notícias publicadas são falsas e tinham o intuito único de manchar a boa imagem e reputação do país. Nisto, alguns órgãos de comunicação viram a oportunidade de ressuscitar o G40 que tudo um pouco já disse, exigindo a responsabilização criminal da Lusa pelo facto de ter “sujado” o nome do país.
Tudo mentira. Grosseira mentira.
Calúnia contra uma agência de informação que, até prova em contrário, é fiável e recomendável.
O facto é que o Botequilha, em nenhum momento da audição parlamentar admitiu erros. Lamentou sim o facto de o colaborador da Lusa, o André Catueira, não ter conseguido, a par de outros colegas, chegar ao local indicado pelos camponeses como albergue da vala comum.
E as razões são claramente conhecidas. Não há condições de segurança para se chegar lá, tendo em conta a situação de conflito que se assiste na zona.
A questão é que as populações denunciaram e numa zona de conflito (declarado ou não), com corpos espalhados pela mata, qualquer mente lúcida colocaria sim nível elevado de fiabilidade e veracidade de a zona ter sim uma vala comum.
E a falta de confirmação visual, não tira o carácter noticioso das denúncias feitas pelos camponeses locais.
E mais, por perto, há corpos espalhados, o que adensa a hipótese da existência da vala.
Sobre a discussão dos números da vala comum, o importante é entender que, segundo as Nações Unidas, entende-se por vala comum, o local onde forma depositados, no mínimo, três corpos não reclamados ou não identificados. Portanto, se são três, dez, quarenta ou cento e vinte corpos, não é esta a questão de fundo. O facto é que os camponeses viram uma cova contendo corpos humanos.
Portanto, achamos nós que as conversas que andam aí com o G40 (com espaço cativo nos órgãos de informação públicos) estão, deliberada e dolosamente, a desfocar o que nos interessa discutir, neste momento.
Temos a crise da dívida e temos a situação política e militar.
Isso sim, é prioritário.
Em relação as notícias da Lusa, o foco de discussão, sugerimos nós, deve ser a necessária investigação.
Investigação no sentido de apurar, até que ponto, as denúncias dos camponeses tem razão de ser. Depois disso, é importante esclarecer, com argumentos convincentes, de onde vem os 15 corpos visualizados pelos repórteres (a Polícia fala de 13 e o Ministério da Justiça fala de 11).
Isso é o que de facto nos interessa discutir. Deixemos a “mão externa” porque o foco na “mão externa” só perpetua a nossa pobreza, miséria e preguiça .
(fernando.mbanze@mediacoop.co.mz )
MEDIAFAX – 31.05.2016

Comandante da PRM em Sofala diz ser normal encontrar cadáveres nas matas

 


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E diz que o país está em guerra
O comandante provincial da Polícia da República de Moçambique em Sofala, Alfredo Mussa, disse ontem, na Beira, que é normal que haja corpos sem vida espalhados nas matas, como está a acontecer em Manica, porque, na sua opinião, estamos numa situação de guerra. Alfredo Mussa falava durante a audição que está a ser levada a cabo pela Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e Legalidade da Assembleia da República, que se encontra na província de Sofala, a inquirir o Governo local e jornalistas sobre o caso da vala comum.
O comandante da PRM, que acusou a Renamo de ter morto as tais pessoas, disse que elas podem ter sido envenenadas ou fuziladas por guerrilheiros da Renamo, tentando introduzir uma nova narrativa para contra contrariar a versão que aponta que aqueles corpos são de cidadãos que foram assassinados pelo Exército governamental, sob acusação de serem colaboradores e apoiantes da Renamo.
Depois de, na passada sexta-feira, ter ouvido o delegado da agência Lusa em Maputo, a 1.a Comissão da Assembleia da República deslocou-se a Sofala, onde se espera que hoje, terça-feira, vá às matas de Macossa, na província de Manica, à procura da vala comum.
O facto é que o inquérito está a ser dirigido de forma tendenciosa, que visa reduzir o número de corpos encontrados. Para tal, Edson Macuácua, presidente da Comissão e ex-chefe do G40, grupo especialista em desinformação, está a conduzir o inquérito para um único ponto: existência, ou não, da vala comum, não se preocupando com o próprio conceito de “vala comum”.
Na audição de segunda-feira, em que foi inquirido o correspondente da agência Lusa, André Catueira, que foi o primeiro repórter a publicar o despacho noticioso da descoberta de corpos sem vida nas matas, Edson Macuácua não conseguiu explicar aos jornalistas sobre qual é o seu entendimento sobre o que é uma vala comum.
“Não é pertinente saber conceitos. Queremos questões objectivas, concretas e factuais. Não queremos entrar muito em divagações filosóficas, teóricas, queremos saber onde há vala comum na província de Sofala, e há um consenso sobre vala comum que nós todos temos, e este que está em averiguação”, disse Macuácua, sem explicar qual é o tal conceito de vala comum.
Na audição, Edson Macuácua quis que o jornalista revelasse as suas fontes, facto que foi prontamente recusado pelo jornalista. Há relatos de sequestros, naquela região, de cidadãos que estão a ser acusados de terem mostrado aos jornalistas os corpos abandonados,
Recorde-se que, no distrito de Macossa, na província de Manica, foram encontrados dezenas de corpos depositados debaixo de uma ponte e outros espalhados a escassos metros da ponte, facto que sugeria um assassinato em massa.
Ainda neste fim-de-semana, foram encontrados mais sete corpos, já em avançado estado de decomposição, a escassos metros do local onde foram encontrados os anteriores treze corpos, em Abril passado. (Redacção com José Jeco na Beira)
CANALMOZ – 31.05.2016

SELO: A bancarrota confirma-se - Por Ermelinda Lindo

 
 
 
Vozes - @Hora da Verdade
Escrito por Redação  em 31 Maio 2016
Exmo senhor Nelson Muianga (não sei se merece ser tratado assim), é público que o senhor está a fazer uma limpeza do pessoal afecto à CETA, SA. Para o senhor, gerir uma empresa é o seguinte: DESPEDIMENTOS + DESPEDIMENTOS + INJUSTIÇAS = GESTÃO.
Lamentavelmente, o senhor tem estado a infringir a Lei do Trabalho, inconscientemente ou por simples emoção. Vários trabalhadores foram expulsos dos seus postos, alguns culpados e outros não.
Insistentemente, foi-me interdita uma conversa como senhor Nelson Muianga numa das visitas que efectuei ao seu escritório, para que pudéssemos encontrar formas de contornar estas lacunas de gestão.
Gostaria de lembrar ao senhor que ninguém está acima da lei. Infringir uma norma quando se trata de trabalho pode significar prejudicar famílias. Quantas pessoas despedidas ficarão sem sonhar com uma faculdade ou saúde condigna devido a estas injustiças cometidas pelo senhor?
O senhor e a sua cúpula enganaram os antigos proprietários da CETA. Nunca antes tinha havido salários em atraso.
Nunca as obras tinham ficado sem materiais para a continuação ou conclusão das mesmas. Mas agora acontece. Nunca os fornecedores reclamaram tanto das dívidas acumuladas por esta companhia. Que tipo de direcção funciona assim? Todos comentam, em vários lugares, a injustiça e as aldrabices perpetradas pelo senhor.
Os despedimentos que o senhor faz na CETA um dia podem-lhe trazer problemas. As pessoas cansam-se de injustiças. A sua gestão demonstra falta de visão. Gerir a CETA não é gerir uma barraca. O senhor toma decisões debaixo de joelhos, sem fazer uma análise prévia, baseando em suspeitas ou em fofocas dos espiões da INSITEC nas obras. Os espiões que o senhor montou na empresa serão desmantelados.
Senhor Nelson, estou a fazer a minha pós-graduação em psicologia e estou a estudar comportamentos como o seu. Fiquei chocada com a quantidade de pessoal que saiu e que ainda vai sair desta companhia devido à injustiça de certos gananciosos oportunistas, como o senhor.
Espero que haja mudanças rápidas na firma de modo que se evite publicar as fotos comprometedoras da sua pessoa, sobre as viagens que tem efectuado durante o seu reinado na companhia. Existem também algumas imagens feitas por pessoas que vivem e convivem consigo.
Muita gente está contra o seu tipo de gestão e contra os despedimentos que ocorrem com o conhecimento da INSITEC. Esta firma está condenada ao fracasso. Onde já se viu um PCE abocanhar o sector dos recursos humanos, assinando cartas de demissão de trabalhadores, sabendo que existe um director para esse poleiro.
Onde já se viu um PCE abocanhar a área de compras de uma companhia, existindo directores nesse poleiro. Qualquer dia o senhor será director para todas as áreas da empresa! Senhor, deixa de ser ambicioso... Deixe os outros trabalharem e devia preocupar-se em rentabilizar a empresa de uma outra maneira, em vez de mandar os seus espiões para bisbilhotarem tudo que acontece nos departamentos.
O senhor devia preocupar-se em pagar as dívidas dos fornecedores, em vez de dificultar a vida de pobres coitados. A CETA vai deixar de existir nos próximos tempos, muito por culpa da INSITEC. Os salários já não são pagos dentro do tempo acordado, vários benefícios estão a ser cortados, o que de certa forma cria descontentamento entre os trabalhadores. Coitados os trabalhadores que venderam as suas acções e venderam, consequentemente, a companhia, a humildade, o companheirismo e a sinceridade. Hoje estão arrependidos, mas isto não vai ficar assim.
Não percebo como é que uma obra já ganha, com garantias de andamento e com garantia de financiamento esteja paralisada devido à falta de fundos.
Os gestores que tomavam conta da CETA, antes da INSITEC, pelo menos conseguiam colmatar os problemas atrás mencionados. Não havia atraso de salários, não havia intimidação, havia harmonia e confiança. O que vocês fizeram desde que chegaram à CETA? Nada!
Por Ermelinda Lindo

Grande entrevista com neto de Lázaro Kavandame(Repetição)

 


Kavandame_netoAla sulista da Frelimo maquinou assassinatos contra cidadãos do norte do país
– acusa o neto do histórico Lázaro Kavandame, assassinado por figuras da Frelimo juntamente com os “reaccionários” reverendo Urias Simango, Joana Simeão e muitos outros, em Mtelela, no Niassa.
Leia em Download CMC_n178_netoKavandame

Jornalistas reiteram presença de corpos no centro de Moçambique

 


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Vala_macossaComissão Parlamentar de Inquérito realizou uma sessão aberta na Beira.
A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a denúncia de valas comuns em Moçambique encontrou-se nesta segunda-feira, 30, com jornalistas numa sessão pública sobre o caso.
No encontro, o presidente da comissão, Edson Macuacua e os jornalistas definiram primeiro o que significa vala comum e acordaram que o conceito é o das Nações Unidas.
Alguns jornalistas disseram ter encontrado corpos, bem como falado com agricultores que relataram a presença de corpos na suas “machambas”, mas os profissionais da imprensa reiteraram que não puderam chegar aos locais por imposição das autoridades que bloquearam o acesso aos mesmos.
A comissão que investiga denúncias de valas comuns em Moçambique é integrada apenas por deputados da Frelimo, no poder, e do MDM, na oposição.
A Renamo não concordou com a composição da mesma e decidiu não a integrar.
VOA – 30.05.2016

UM COMBATENTE REAGE CONTRA OS PRONUNCIAMENTOS DO SEU SECRETÁRIO GERAL (ACLIN)

1. Será que há necessidade de ofensiva desta envergadura neste momento?
2. Não irá esta ofensiva perigar as conversações?
Sei que não terei resposta, mas são as minhas inquietações como cidadão deste país cujo imposto pago até demais. Só que estas minhas inquietações me levam a querer saber quem é o secretário da ACLIN e porque é que ele fala tão barato sempre que abre a boca? Será que ele quer ser presidente da República?
Eu sou combatente da defesa da soberania durante 8 dos 16 anos e convivo com combatentes de libertação e lamentam e condenam atitudes do seu secretário-geral.
Valas existem sim, agora se são valas das pessoas mortas pela SISE/esquadrões da morte ou mortas pela Renamo, disso ninguém sabe.
Na Quarta da semana passada tive um amigo que trabalha para o Ministério da Agricultura e fugiu das garras dos homens da SISE que queriam o assassinar e levaram pertences dele, mas ele tem certeza que se não tivesse chegado no local (Canda) motociclistas mais procurados e que ele tem certeza que foram mortos. Estes mal que chegaram foram mandados parar por pessoas que se faziam transportar numa dupla cabina de cor branca e dai esqueceram dele e foram embora deixando as motas no local. Ele veio a encontrar o carro na esquadra quando pensava em ir fazer queixa para recuperar seus bens e o medo lhe pegou por saber que aquelas pessoas eram do governo e não bandidos como ele pensava. Dai em vez de ir a esquadra abandonou Gorongosa e jura não voltar mais para lá.
Quem proibiu jornalista a ir ao lugar foram as FDS, temiam oque? Agora que já puseram gasolina nos corpos e o que ficou

FORÇAS DA FRELIMO E MERCENÁRIOS ESTRANGEIROS CONTINUAM A SOFRER DERROTAS CATRASTRÓFICAS EM SATUNGIRA

 


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*Há 22 .mercenários chineses capturados.
* 4 helicópteros continuam a transportar mortos e feridos. Os chineses são transportados para o complexo turístico chines no Estoril cidade da Beira onde improvisaram um hospital de campanha.
* Ontem as FDS e mercenários sofreram tremendas baixas à volta da serra e cerca de 60 militares morreram e vários ficaram feridos e há deserções em massa. Pelo menos  20 fugiram à noite e neste momento as perdizes estão furiosas pelo que recomenda-se que os civis não se façam às estradas.
A Frelimo cutucou o enxame de abelhas com um palito de fósforo...
Mais detalhes oportunamente.
In https://www.facebook.com/unai.kambumamatsangaisse

ACLLN e governadora de Sofala juntam-se ao ministro da Justiça e "atiram-se" contra Lusa e seu delegado

 


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O Secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), Fernando Faustino, deixou transparecer o seu ódio visceral pela Lusa, por ter veiculado que existe uma vala comum contendo 120 corpos em Gorongosa, na província de Sofala, e se dependesse de si o delegado desta agência portuguesa de informação, Herinque Botiquilha, arrumaria "as suas malas e sair de Moçambique". Por sua vez, a governadora de Sofala, Helena Taipo, considerou que este órgão de comunicação social denegriu a imagem deste ponto do país e sugeriu que indicasse as suas fontes, o que é contra o preceituado na Lei de Imprensa moçambicana e demais normas que impõem a preservação das fontes.
Fernando Faustino afirmou, em entrevista à Rádio Moçambique, que o delegado da Lusa, "em situações normais, devia arrumar as suas malas e sair de Moçambique, pois em nenhum momento, que a gente saiba, denunciou as atrocidades da Renamo e do seu líder (...)".
Para o dirigente daquela agremiação social da Frelimo, a referida "vala comum é inexistente", mas a informação já correu o mundo e choca a todos, porque deixar transparecer que o Estado moçambicano promove massacres e as vítimas são enterradas em valas comuns.
"Hoje [Henrique Botiquilha] aparece a dizer que não existem valas comuns. Para ele pensa que basta; os combatentes dizem que não basta. O melhor bastar era amarrar a bagagem dele e dirigir-se para o país de origem, porque em nenhum momento eu ia chegar no Algarve, no Porto, em Lisboa, e dizer que no Algarve existe uma vala comum e depois apareço em público a pedir desculpas; não, não, nós condenamos", disse Fernando.
Não é a primeira vez que um membro da Frelimo, partido no poder há sensivelmente 41 anos, trata cidadãos estrangeiros sem decorro.
No ano passado, o constitucionalista francês Gilles Cistac, que vivia em Moçambique há anos e assassinado a 03 de Março, em Maputo, foi considerado “ingrato e mal-agradecido” à “hospitalidade e ao acolhimento dos moçambicanos”, por ter declarado que à luz do número 04, do artigo 273 da Constituição, a Renamo pode criar “regiões autónomas” nas seis províncias que diz ter ganho nas últimas eleições gerais.
O sentimento de ódio e repúdio em relação aos pronunciamentos de Gilles Cistac, foi manifestado pelo ex-porta-voz da Frelimo, Damião José, segundo noticiou, na altura, a Folha de Maputo, a 19 de Fevereiro deste ano.
“Ele tem a consciência de que está a faltar à verdade (...) com a deliberada intenção de criar confusão nas pessoas em defesa de interesses que ele sabe que são alheios à vontade do povo moçambicano”, disse Damião José, referindo-se a Cistac, que fundamentou que aquela cláusula era suficiente para as pretensões da “Perdiz” e não havia necessidade de mexer a Lei-Mãe, tal como alguns analistas pró-regime defendiam. Ex-porta-voz da Frelimo perguntou: “Será que o académico Cistac se estivesse na Argélia ou na França teria a coragem de assumir a postura que tem estado a assumir, que é uma ofensa e desafio aberto à vontade do povo moçambicano?
Na segunda-feira, a governadora de Sofala, Helena Taipo, disse que as informações sobre a existência de uma vala comum na região de Canda "são infundadas" e não passam de "uma pura mentira" com o "objectivos inconfessáveis".
Para a governante, que respondia a perguntas da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade da Assembleia da República (AR), na segunda-feira (30), a Lusa tem de dizer qual foi a sua fonte e deve ser responsabilizada por aquilo que fez, porque "denegriu a nossa província".
Na semana passada, o ministro da Justiça Assuntos Constitucionais e Religiosos, Isac Chande, declarou que caso não haja provas sobre a alegada existência de uma vala comum na zona indicada, o Governo vai intentar uma acção judicial contra a agência Lusa.
"Em face das investigações levadas a cabo pelas procuradorias provinciais de Sofala e Manica, e pelas autoridades policiais locais, com os técnicos ligados ao sector da Justiça, se se chegar à conclusão de que a informação tinha como objectivo denegrir a imagem do país podemos accionar mecanismos de responsabilização”, afirmou Isac Chande.
“Pelo trabalho realizado até agora, a notícia da existência da vala contendo corpos humanos não corresponde à verdade", declarou o governante, ajuntando que "do trabalho que está a ser desenvolvido pelas procuradorias provinciais de Sofala e Manica, envolvendo as autoridades locais e comunidades" serão apurados mais elementos.
Por conta da suposta existência de uma vala comum na região indicada, a Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade ouviu, também na semana passada, o delegado da Lusa em Moçambique, Herinque Botiquilha.
Ele explicou que a informação foi dada a conhecer ao seu órgão, na condição de anonimato, pelos camponeses, tendo mais tarde ter sido usada de forma abusiva por alguma imprensa nacional e estrangeira.
Segundo o delegado da Lusa, há momentos em que "perdemos o controlo das notícias quando elas são publicadas. Entretanto, reiteramos que a nossa responsabilidade é de zelar pelas notícias que estão em nossa posse”".
@VERDADE - 31.05.2016

A corrupção em Moçambique tem a cara do Estado e o rosto das meninas e dos meninos que deixam de ser crianças para sobreviverem

 


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Cip corrupcao Escrito por Adérito Caldeira  
Moçambique é um país severamente afectado pela corrupção que é influenciada pelo Governo seguido pelos negócios das multinacionais e os traficantes de drogas, a constatação está patente num estudo apresentado nesta segunda-feira(30) em Maputo, onde “as práticas corruptas são tidas como sendo mais frequentes”, e que revela que “o valor agregado dos custos de corrupção durante o período de 2002 a 2014, a preços correntes, é de 4,8 a 4,9 biliões de dólares norte-americanos”, sem incluir os empréstimos secretos das empresas Proindicus e Mozambique Asset Management (MAM). Porém, para Adriano Nuvunga, do Centro de Integridade Pública (CIP), “a corrupção não são números, tem rostos. E os rostos são as meninas e os meninos deste país que deixam de ser crianças aos 10 ou 12 anos para se dedicar a actividades outras para conseguirem viver”.
Alfândegas, Empresa Moçambicana de Atum(EMATUM), sub-facturação das importações dos combustíveis líquidos, processo de aquisição no sector das telecomunicações e também na construção e obras públicas são os cinco sectores “nos quais a corrupção é a mais acentuada” no nosso país de acordo com o estudo intitulado “Os Custos da Corrupção para a Economia Moçambicana” e que foi realizado pelo CIP, em parceria com o Chr. Michelsen Institute (CMI) e o Centro de Recursos de Anti-corrupção U4.
“Há uns anos atrás tivemos uma discussão com o Presidente Guebuza, na altura ainda era possível falarmos sem ameaças, em Londres e nós dizíamos que os salários baixíssimos dos funcionários públicos incentivavam a corrupção. Ele dizia que não”, recordou-se Adriano Nuvunga, director do Centro de Integridade Pública, durante a apresentação do estudo acrescentando que “nós mostramos que a grande corrupção distorce todo o funcionamento da economia e da sociedade, faz com que não haja dinheiro para pagar aos próprios funcionários, e os funcionários têm que sobreviver. Portanto é a grande corrupção, são as decisões grandes que tem reflexos em toda a cadeia da governação e se manifesta através da corrupção”.
De acordo com Nuvunga para agravar ainda mais os danos ao país “(...) a corrupção em Moçambique é muito esterilizante, porque o dinheiro sai, não é investido aqui ainda que se tenha avançado com as construções particulares das pessoas”.
“Se olharmos também, neste mesmo período, para as possibilidades de crescimento das Pequenas e Médias Empresas o padrão continua o mesmo, ao invés de termos aquilo que os ingleses chamam de entrepeneurs temos os tenderpeneurs. O sector privado fica a espera de tenders (concursos públicos) não se pode dizer, em nossa opinião, que teve efeito positivo só basta olharmos para o que está a acontecer na sociedade para compreender que é como um corpo humano que ficou sem sangue, se espremeu todo o dinheiro e se mandou para fora”, explica o docente Adriano Nuvunga que também é docente universitário.
“(...) As práticas corruptas nas alfândegas (entre 2002 e 2014) podem ser identificadas como a principal causa de dano na economia” concluiu o estudo, realizado ainda antes de se conhecerem as dívidas secretas avalizadas pelo Estado, mas que ainda assim constatou a crescente importância das empresas detidas pelo Estado e das Parcerias Público Privadas “como sedes de corrupção” e aponta o caso da EMATUM como “emblemático”.
“O nosso Presidente é uma pessoa honesta” mas Nyusi “tem que agir”
Questionado sobre se podemos combater ou não a corrupção, o director do CIP afirmou que “os países que o fizeram juntaram três coisas: a determinação política, reformas corajosas, estímulo à produção e desenvolvimento (dificilmente se consegue combater a corrupção sem produzir, ao mesmo tempo o processo produtivo é impedido pela corrupção, não se consegue pôr o sector privado a produzir por causa da corrupção)”.
A seu ver “o nosso Presidente é uma pessoa honesta, e isso é um dado muito importantíssimo. Então tem que agir, honestidade é importante mas não é suficiente se não a coloca ao serviço desta acção”, declarou Nuvunga que citou o novo Presidente da Tanzania como “um caso típico de vontade política” para o combate a corrupção. Para o académico, “em todo o mundo as instituições são dinamizadas por líderes visionários, são homens e mulheres que em posição de liderança, bastante fortes, que sacrificam muitas coisas para desenvolver as instituições”.
Inquirido sobre como surge a vontade política Adriano Nuvunga não tem dúvidas que “tem que ver com a vontade do líder” e dá como exemplo “o Presidente Samora não roubava e as pessoas não roubavam aqui, os mais velhos que o digam. A vontade dele era essa que não se roubasse a coisa do povo e tudo, pouco ou muito, fosse colocado ao serviço do desenvolvimento, de forma correcta ou não mas aquilo que era a dinâmica era essa e as coisas rapidamente mudaram. E a dinâmica hoje é outra, então a questão da vontade é central”.
O CIP enfatizou que o informe da Procuradora Geral da República ao Parlamento, em 2015, não reflectiu o retrato real da corrupção no nosso país pois não mencionou os casos que envolvem grandes figuras do Governo. “É a grande corrupção, feita pelos grande chefes que deixa passar a pequena corrupção para permitir que não seja questionado. Se você tem um Presidente que não é corrupto você nunca vai falar com ele sobre assuntos de corrupção. É a grande corrupção que se sustenta numa base de corrupção administrativa generalizada para permitir que lhe facilitem as várias operações de prática de corrupção. O inverso não acontece, é sempre a corrupção grande que precisa de deixar que a corrupção pequena aconteça para os seus expedientes funcionarem” clarificou Nuvunga.
O estudo do CIP, em parceria com o CMI e o Centro de Recursos de Anti-corrupção U4, concluiu ainda que “o custo da corrupção em Moçambique não é apenas monetário, económico ou social (…) Quanto mais evidente for a imagem de Moçambique como de um Estado corrupto e de facilitador de tráfico e fluxos financeiros ilícitos, maior será o desafio de os líderes políticos moçambicanos convencerem o mundo do contrário”.
@VERDADE - 31.05.2016

MDM qualifica de contra-senso negar existência de vala comum

 


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O MDM considerou hoje um contras senso alegações de inexistência de valas comuns no centro do país, condenando ainda a falta de autópsia por um médico legista de cadáveres descobertos na região.
"Negar que não há vala comum é um contras senso, pois, onde houver mais que dois corpos é vala comum ou se trata de massacre", indica uma nota de imprensa enviada à Lusa pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que cita o presidente do terceiro maior partido, Daviz Simango.
Numa reacção a pronunciamentos de várias entidades estatais e governamentais que rejeitam denúncias de existência de uma vala comum no centro do país, o MDM considera que as autoridades estão a pôr em causa a liberdade de imprensa por alegadamente ameaçarem jornalistas que relataram a existência de corpos abandonados no centro do país.
"Uma outra mentira monumental foi terem dito que os corpos foram enterrados. Testemunhas oculares desmentem esta versão e dizem que deitaram por cima dos corpos um bocado de areia, deixando várias partes dos corpos descobertos e ao alcance de abutres e de outros animais", lê-se na nota de imprensa.
Nenhuma autoridade religiosa ou mesmo tradicional, prossegue o comunicado, presenciou os supostos enterros que a que as entidades oficiais fazem menção.
"Reafirmamos que não houve nenhum enterro digno nem condigno dos corpos. Isso permite concluir que as autoridades moçambicanas nem aos mortos respeitam", afirmou Daviz Simango, que é igualmente edil da Beira, segunda maior cidade do país.
A cadeia de televisão internacional Al-Jazira deslocou-se há uma semana ao local onde foram localizados cadáveres abandonados no centro de Moçambique e, quase um mês após terem sido descobertos, ainda havia restos humanos à superfície.
As imagens da reportagem da Al-Jazira mostravam vestígios dos cadáveres visíveis, incluindo uma caveira e larvas sobre restos humanos, no local onde há mês uma equipa de jornalistas, entre os quais da Lusa, testemunharam e documentaram corpos abandonados no mato, sob uma ponte entre os distritos de Gorongosa e Macossa, junto da principal estrada do país.
A zona onde foram descobertos estes corpos, mais tarde também testemunhados por canais televisivos privados moçambicanos e admitidos depois de negados pelas autoridades locais, é a mesma onde camponeses locais alegaram à Lusa terem visto uma vala comum com mais de cem cadáveres.
Esta informação também foi desmentida por autoridades locais e judiciais, numa região sob forte vigilância militar, sobretudo desde as recentes denúncias de violações de direitos humanos.
A governadora da província de Sofala, onde se situa o distrito de Gorongosa, voltou a desmentir, na segunda-feira, a existência da vala com mais de cem corpos apontada pelos camponeses em Canda, distrito de Gorongosa.
"Estas informações são infundadas, uma pura mentira, mas têm objectivos inconfessáveis e de que nós nos distanciamos completamente", disse Helena Taipo à Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade da Assembleia da República, que se encontrava na Beira, capital de Sofala para uma investigação ao caso.
A Procuradoria-Geral da República de Moçambique disse, por sua vez, na semana passada que não encontrou a vala comum denunciada por camponeses no final de Abril à Lusa, assegurando que vai continuar a investigar.
Vários jornalistas tentaram alcançar o local, mas sem sucesso devido a uma forte presença militar, tendo apesar disso localizado 15 corpos nas imediações.
Quer a Comissão Nacional de Direitos Humanos, vinculada ao Estado, como a ONU e organizações não-governamentais não se pronunciaram entretanto sobre se tentaram ou conseguiram ter acesso ao local.
A região da Gorongosa, onde se presume encontrar-se o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, tem sido marcada por confrontos entre o seu braço armado e as forças governamentais.
PMA (HB/AYAC/PJA) // VM
Lusa – 31.05.2016

Ministro da Justiça ameaça processar a Lusa por divulgação de informações sobre alegada vala comum no centro de Moçambique


O ministro da Justiça' Assuntos Constitucionais e Religiosos, Isac Chande disse, na sexta-feira (27) passada, que caso não haja provas sobre a alegada existência de valas comum contendo 120 corpos em Gorongosa, na província de Sofala, o Governo vai intentar uma acção judicial contra a Agência Lusa, por ter disseminado tal informação.

Aquele órgão português de comunicação social veiculou que "um grupo de camponeses encontrou" teria encontrado "uma vala comum com mais de cem corpos na zona 76, no posto administrativo de Canda, no distrito de Gorongosa", onde tem havido confrontos militares entre os guerrilheiros da Renamo e os Forças de Defesa e Segurança (FDS). A notícia foi imediatamente redifundida por outros media, nacionais e internacionais, e correu o mundo como um rastilho de pólvora.


"Em face das investigações levadas a cabo pelas procuradorias provinciais de Sofala e Manica, e pelas autoridades policiais locais, com os técnicos ligados ao sector da Justiça, se se chegar à conclusão de que a informação tinha como objectivo denegrir a imagem do país podemos accionar mecanismos de responsabilização”, disse Isac Chande.

“Pelo trabalho realizado até agora, a notícia da existência da vala contendo corpos humanos não corresponde à verdade", declarou o governante, ajuntando que "do trabalho que está a ser desenvolvido pelas procuradorias provinciais de Sofala e Manica, envolvendo as autoridades locais e comunidades" serão apurados mais elementos.

Nesta segunda-feira (30), a Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade inicia uma visita de campo às províncias de Sofala e Manica para também investigar o que se passou.

Aliás, ainda na semana finda, o vice-ministro do Interior disse àquela comissão que em relação aos 15 corpos achados numa zona entre Manica e Sofala está-se a apurar as circunstâncias em que os mesmos foram parar no local, mas o certo é que não são 13 como avançaram alguns governantes, mas 11.

Por conta da suposta existência de uma vala comum na região indicada, a Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade ouviu, também na semana passada, o delegado da Lusa em Moçambique, Herinque Botiquilha.

Ele explicou que a informação foi dada a conhecer ao seu órgão, na condição de anonimato, pelos camponeses, tendo mais tarde ter sido usada de forma abusiva por alguma imprensa nacional e estrangeira.

Segundo há momentos em que "perdemos o controlo das notícias quando elas são publicadas". Entretanto, reiteramos que a nossa responsabilidade é de zelar pelas notícias que estão em nossa posse”".

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Moçambique já foi auto-suficiente em farinha de milho, arroz, laranja... antes da independência

 
 
 
Tema de Fundo - Tema de Fundo
Escrito por Adérito Caldeira  em 30 Maio 2016
Foto de Adérito CaldeiraO nosso país que hoje importa até repolho já foi, antes da independência, uma das mais pujantes economias de África produzindo não só comida para o consumo interno mas também para a exportação, “(...) nós não comprávamos farinha milho de fora (...) arroz nós comíamos da província da Zambézia (...) nunca comprávamos laranja da África do Sul (...) éramos o segundo país produtor de copra no mundo”, afirma o professor João José Uthui em entrevista ao @Verdade onde aponta como solução para voltarmos a ser auto-suficientes “desenhar o modelo de desenvolvimento económico que nos permita produzir utilizando a matéria-prima que temos, investir na educação e na agricultura mecanizada”.
“Eu penso que o grande problema que nós temos é não o que é nosso, nós não produzimos nada” começa por diagnosticar o académico que, quando questionado pelo @Verdade sobre quando é que o nosso país já foi auto-suficiente, diz que a sua perspectiva começa antes da independência nacional pois nasceu e viveu nesse tempo.
“Em 1968, 69 e 70, Moçambique era a nona economia de África, depois dos Países do Magreb, Nigéria, Angola, África do Sul e do Zimbabwe. Alguns miúdos quando digo hoje que a manta que você usam nós já fabricamos, dizem este velho conta sempre anedotas, mas é a verdade. Já produzimos mantas iguais a estas que estamos a ir buscar na África do Sul com o algodão produzido em Nampula. Tínhamos mantas de todas as qualidades, desde mantas para o chão, mantas para militares, para uso em hotéis e até para exportação para Europa. Tínhamos três fábricas de cobertores”, declara Uthui que se escusa de falar nas fábricas de castanha de cajú “porque a amêndoa saía já com o rótulo daqui”.
Ainda relacionada à produção do algodão o nosso entrevista refere que o país produzia vestuário a partir de tecidos produzidos localmente. “Tínhamos a Riopele, a Texlom, a Soveste, a Texmanta em Mocuba, a Fafezal na Zambézia todos estes eram produtores de tecidos, quer de cordas de sisal de linho, de teia de aranha e de algodão”. “Por isso é que João Ferreira dos Santos dava dinheiro a todos os camponeses para comprarem os insumos, que ele vendia, lavrava a terra e dizia o teu campo é este mas não vende a mais ninguém, isto é para eu comprar e daí tinham o arroz, a farinha e o caril garantido durante todo o ano porque sabiam que daquela machamba produziam algodão, e era monocultura. O que é que aconteceu de errado, depois da independência? Não vou aqui falar sobre isso”, acrescenta João José Uthui que é Conselheiro da organização não governamental Grupo Moçambicano da Dívida.
Moçambique nunca comprava laranja da África do Sul
Sobre a produção de comida Uthui recorda-se que “(...) nós não comprávamos farinha de milho de fora, a única farinha que vinha de fora era o trigo para fazer o pão. Havia farinha de primeira, segunda e terceira. O arroz nós comíamos de Musselo Novo, na província da Zambézia. Lopes e Irmãos tinham a fábrica de descasque de arroz em Mucubela na Maganja da Costa, era uma das fábricas. João Ferreira dos Santos em Gaza tinha a fábrica SorGaza, no Xai-Xai. Tínhamos em Angoche três fábricas de descasque de arroz, trabalhavam com arroz produzido aqui”.
Além disso, “Cardiga, que era o dono de gado em Changalane tinha animais que comiam sêmea da fábrica de arroz, produzia carne, depois a pele era usada na fábrica de curtumes aqui. Os nossos sapateiros não íam comprar pele na África do Sul para fazer sapato, e tínhamos também a fábrica (de sapatos) aqui. As lojas de sapatos compravam calçados às fabricas daqui para vender aos moçambicanos” diz Uthui referindo que desconhecem estes factos quem nasceu depois de 1975.
Ademais, de acordo com o professor universitário, Moçambique nunca comprava laranja da África do Sul. “Se for a Manjacaze existe um zona chamada Laranjeira, aquele nome surgiu exactamente porque se produzia laranjas. Não vou falar de Manica ou do Niassa, só aqui do Sul. E as pessoas dali faziam a vida à custa da laranja que se produzia ali, então imagina quanta laranja se produzia”.
“Sabe que nós éramos os segundo país produtor de copra no mundo? E produzíamos sabão, nós nunca comprávamos o sabão fora porque tínhamos aqui a custa da nossa copra, onde foi?”, aponta João Uthui que questionado sobre o que aconteceu depois da independência para que tudo isso se perdesse sugere ao jornalista “explorar para saber o que é que aconteceu para não termos isto tudo”, mas dá algumas pistas.
O projecto agrícola de Mandela para o Niassa
Foto de Adérito Caldeira“Eu vou lhe dar um exemplo de um modelo de utilização das terras do Niassa. Quando Mandela (Nelson) entrou para o poder (como Presidente da África do Sul) convenceu o Chissano (Presidente de Moçambique) a utilizar as terras, mandando farmeiros (sul-africanos) para aqui. Porque a intenção de Mandela era de ter a região auto-suficiente em termos de agricultura, e sabia que Moçambique tinha extensões de terra muito grandes ociosas. Fizeram a fotometria, numa avião especializado, alguns farmeiros boers fizeram uma associação, chamada Mozagrius, para trabalhar terra em Majune, eu era um dos indivíduos que estava à frente desse processo do lado da Sociedade Civil”, relata o académico.
Segundo o nosso entrevistado, para materializar este projecto que iniciou por volta de 1996, “Moçambique tinha que entrar com alguns milhões de dólares, e a África do Sul com outros, era uma sociedade de igual para igual. Mandela disse a Chissano vou-lhe mandar aí 500 farmeiros da Câmara dos Agricultores, você também organiza farmeiros. Chissano disse sim, mas sabia que não tinha farmeiros, tinha camponeses. Mas como ele tinha perspectiva de fazer crescer, o projecto rezava que a cada dois farmeiros brancos sul-africanos existiria um moçambicano, as machambas iriam alternar-se com essa lógica”.
“Sabe o que é que aconteceu, quando as políticas não estão bem desenhadas e os interesses penetram, a selecção dos camponeses (moçambicanos) foi um desastre, por que eu queria meter a minha mãe, para falar em meu nome embora eu não seja farmeiro mas como sei que se vai tirar proveito dali queria meter um meu familiar que ainda por cima não sabia nada de machamba”, explica João Uthui.
“Os sul-africanos nomearam uma economista especializada em economia agrária, para dirigir. A senhora dona Maria veio da África do Sul com a família e instalaram-se no Niassa, no local onde as machambas deveriam ser criadas. A contraparte moçambicana era um economista, não lhe vou dizer o nome, mas vivia em Maputo. Tinha que apanhar o avião para ir ver as machambas, já a senhora Maria está lá e visitava os farmeiros sul-africanos todos os dias” declara o professor acrescentando que “Instalaram-se em Majune, inicialmente, algumas dezenas de farmeiros que vieram com as suas famílias e instalaram as casas de pau a pique. Os camponeses da contra-parte moçambicana, alguns, viviam em Lichinga”.
O projecto não tinha como funcionar, de acordo com Uthui que era um dos implementadores, porque enquanto o farmeiro sul-africano “que vivia em Majune tinha Land-Rover para circular, tinha máquinas agrícolas, pluviómetro e tinha um silo. Tinha ainda um plasma liga à internet, via satélite, para controlar a variação do custo do quilo dos produtos que iria plantar. O moçambicano não tinha casa em Majune, vivia em Lichinga, não tinha carro para ir para lá, tinha bicicleta, não ia todos os dias, como é que o projecto iria funcionar. E nós dissemos que o projecto ia morrer, alguns dos meus colegas foram ameaçados quando disseram isso. Os boers ficaram zangados e foram-se embora”, conclui o professor universitário.
Como é que Moçambique alcança a auto-suficiência alimentar?
Tendo em conta a experiência de Uthui o @Verdade questionou então como é que Moçambique inverte a situação actual a alcança a auto-suficiencia alimentar?
O professor responde, desenhando um “modelo de desenvolvimento económico que nos permita produzir utilizando a matéria-prima que temos, investir na educação e na agricultura mecanizada” porém “tem é que haver vontade das pessoas que estão à frente para pegarem no dinheiro que nos emprestam e investir para produzir”.
Relativamente às políticas que o actual executivo se propõe a implementar para aumentar a produção João Uthui é céptico. “Eu gostaria de ter certeza mas não tenho. Não é só ler nos papéis e estar nos seminários ouvir que existe, eu quero ver a aplicação na terra. No tempo colonial eu não precisava de ler que havia política de produção porque eu via, nunca comi arroz da China, comi agora depois da independência”, conclui o académico.

Moçambique e banco russo perto de acordo para reestruturação do empréstimo a empresa

 


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Moçambique e o russo VTB Bank estão próximos de um acordo para a reestruturação de um empréstimo a uma empresa estatal moçambicana e o pagamento da primeira prestação de 178 milhões de dólares, que venceu a 23 de Maio.
“Estamos a trabalhar de forma muito empenhada com o banco VTB para pagar o juro pendente e completar a reestruturação acordada” do empréstimo de 178 milhões de dólares (cerca de 160 milhões de euros) à Mozambique Asset Management (MAM), uma das empresas beneficiadas com empréstimos garantidos mas não declarados pelo Estado moçambicano, disse Rogério Nkomo, porta-voz do ministro das Finanças, em resposta a perguntas enviadas pela agência Bloomberg.
Ambos, acrescentou, deverão acontecer nos próximos dias.
Moçambique está a enfrentar exigências dos doadores para que revele o estado das finanças, incluindo uma listagem de todas as dívidas existentes e pendentes.
Uma carta do chamado Grupo dos 14 Doadores, divulgada este mês, pedia ao Governo que revelasse a estrutura accionista da MAM e de uma outra empresa estatal, Proindicus, que recebeu um empréstimo de 622 milhões de dólares (cerca de 560 milhões de euros) em 2013.
As agências de notação financeira Standard and Poor’s, que estima que a dívida de Moçambique ronda os 90% por cento do produto interno bruto, este ano, e Fitch reduziram este mês a avaliação do crédito de Moçambique, devido ao aumento do risco de incumprimento pela interrupção de financiamento externo.
O Governo moçambicano reconheceu no final de Abril a existência de dívidas fora das contas públicas de 1,4 mil milhões de dólares (1,25 mil milhões de euros), justificando com razões de segurança e infra-estruturas estratégicas do país, o que levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a suspender a segunda parcela de um empréstimo a Moçambique e a deslocação de uma missão a Maputo.
JH (JNM) // EL
Lusa – 30.05.2016

Nyusi quer enganar o seu "patrão"(video)

 


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Segundo ele não foi a corrupção a causa da suspensão dos apoios internacionais a Moçambique.

Xiconhocas da semana: Automobilistas que causam acidentes de viação; António Carlos do Rosário; Vicente Chicote

 


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Os nossos leitores elegeram os seguintes Xiconhocas na semana finda:
Automobilistas que causam acidentes de viação
A cada dia que passa, as estradas moçambicanas tornaram-se mortíferas, devido à irresponsabilidade crassa dos automobilistas. Todos os dias, são reportados graves acidentes de viação, que culminam com mortes de cidadãos moçambicanos, para além de causar avultados danos materiais. É chegada a hora das autoridades competentes pôr o término a atitude irresponsável dos automobilistas, punindo severamente estes bandos de Xiconhocas que estão a semear luto no seio das famílias moçambicanas.
António Carlos do Rosário*
O comportamento do Governo de turno chega a roçar à insanidade mórbida, que necessita de uma intervenção urgente para reverter o quadro. Desta vez, a insensatez foi longe de mais, ao colocar António Carlos do Rosário como Presidente do Conselho de Administração (PCA) das fraudes empresas EMATUM, Proindicus e MAM. A escolha do indivíduo pouco interessa. O caricato é o facto de o sujeito ser colocado a gerir simultaneamente três empresas. A figura só pode ter super poderes ou é o mais superdotado do país!
Vicente Chicote
Há Xiconhocas que não se fartam de mentir, mesmo estando calados mentem. É o caso de Vicente Chicote que veio a público desmentir a existência de valas comuns na região centro do país, especificamente nas províncias de Sofala e Zambézia. O Xiconhoca começou por dizer mentirosamente que se tratavam apenas de 11 corpos e não 15 como foi anteriormente noticiado. Aliás, o seu posicionamento não deveria nos espantar, até porque é uma prática reiterada do Governo da Frelimo. A pergunta que não quer calar é o porquê dessa tentativa estúpida de desmentir uma situação tão óbvia?
@VERDADE - 26.05.2016
*Segundo o MPT apurou António Carlos do Rosário é um funcionário sénior dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE)

domingo, 29 de maio de 2016

Semanário Savana nº 1168 de 27.05.2016

 


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NOTA: A Jorge Rebelo: "Nyusi não pode estar amarrado", afirma. Caro, ele não está "amarrado", ele "faz parte" desde o início e por isso colocado onde está, dizendo, aliás, não dizendo nada.

Comissão da AR na Gorongosa para averiguar "vala comum"

 

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Vala_procuraGoverno adverte que não vai tolerar qualquer tentativa de obstrução por parte dos homens armados da Renamo
Os deputados da Assembleia da República (AR) trabalham a partir de manhã nos distritos de Gorongosa, em Sofala e Macossa, província de Manica, onde vão auscultar as populações residentes nestes distritos, em torno da existência de alegada “Vala Comum” com corpos humanos, despoletada no passado mês de Abril.
As averiguações irão durar cerca de quinze dias e contarão com a presença da Frelimo e do Movimento Democrático de Moçambique, uma vez que a Renamo se auto excluiu.
Depois das audições a algumas instituições de administração da Justiça, nomeadamente, Polícia de Investigação Criminal (PIC), Ministério do Interior e ao Ministério da Justiça e Assuntos Religiosos, esta semana os deputados vão ouvir depoimentos das populações daqueles distritos onde foi reportada a existência duma “Vala Comum” com corpos humanos.
Num contacto com a Imprensa no final das audições, Edson Macuácua, presidente da Comissão dos Assuntos Constituições, Direitos Humanos e de Legalidade considerou de preciosas as informações prestadas por aqueles órgãos de administração da justiça.
“Os dados que foram partilhados pela PIC são preciosos e consubstanciam matéria que pode ser considerada de básica, preliminar e até fundamental para o arranque do processo da averiguação. Há condições com base nos indicadores para dar seguimento para aprofundar, confrontar as diferentes fontes e sobretudo interagir com as comunidades locais”,disse Macuácua.
Acrescentou que das audições feitas é um dado adquirido que naqueles distritos há indícios de uma grosseira violação dos Direitos Humanos, a avaliar pelo clima de segurança que se vive, restrições na circulação dos cidadãos, entre outros aspectos.
“Esta é uma confirmação dada pela polícia mas que para nós deverá ser confrontada com outras informações que vamos colher no âmbito da averiguação no terreno pois nos interessa, para além dessa confrontação, saber exactamente em que consiste essa violação de Direitos Humanos, quem são os presumíveis actores ou autores materiais. Quem são as vítimas. Se possível a identificação das famílias e como deve-se agir de modo a responsabilizar as pessoas envolvidas”,explicou o presidente da comissão parlamentar acrescentando que havendo possibilidade dessa identificação, “teremos que informar aos órgãos competentes para que façam a sua parte nos termos da legislação vigente no nosso país”.
DECOMPOSIÇÃO DOS CORPOS  NÃO AJUDA A IDENTIFICAÇÃO
Os deputados questionaram a PIC sobre o porquê da não identificação ou exame dos corpos antes da sua sepultura ao que Vicente Dino Chicoty, director nacional adjunto daquela instituição afirmou que dado o seu estado avançado de decomposição se optou pelo seu enterro.
“A primeira preocupação, chegados ao local, foi saber se alguns daqueles corpos podiam ser identificados pelos naturais da zona, mas a informação que tivemos foi que nenhum foi reconhecido. Os mesmos estavam em estado avançado de putrefacção, o que tornou difícil a sua identificação. Também nenhum dos populares reclamou o desaparecimento de um parente naquela zona”,explicou Vicente Chicoty.
Acrescentou que no tal lugar onde se fala da existência da “Vala Comum” apenas foi constatada a existência de uma cova onde se fazia a extracção de saibro para a construção da Estrada Nacional Número 1.
“Praticamente ficaram descartadas as informações da existência de corpos sem vida naquelas zonas, ou seja, não encontramos nenhuma fonte, ou camponês da zona que nos desse informação ou identificasse a vala comum”,explicou a fonte sublinhando que o único lugar apontando foi por baixo de uma ponte onde foram encontrados 11 corpos.
Num outro momento a fonte da PIC indicou que por ser uma zona perigosa foi difícil fazer uma investigação conclusiva. “Não foi tão fácil para chegar-se a ponte devido à presença de homens armados da Renamo, de modo que mesmo os próprios populares têm dificuldades para circular na zona”.
Segundo explicou mesmo em relação aos corpos encontrados a população local indicou não conhecer a sua proveniência. “Portanto, tem que haver uma investigação mais aturada e para lá chegar é necessária uma boa equipa e protecção”.
A terminar Vicente Chicoty frisou que, igualmente, “ninguém consegue indicar a pessoa que deu a informação para que nos ajudasse e recolhêssemos mais informações, sendo que, mesmo as comunidades ignoram a existência dessa vala comum.”
Governo garante segurança aos deputados
O governo garante todas as condições de segurança aos deputados que vão investigar a existência de uma alegada vala comum nos distritos de Gorongosa e Macossa, segundo o Vice-ministro do Interior, José Dos Santos Coimbra.
Temos de garantir toda a segurança para que este trabalho ocorra e seja comunicada à comunidade moçambicana se, na verdade, existe ou não tais valas comuns”, frisou o vice-ministro para quem os moçambicanos devem saber de toda a verdade em torno desta situação e não se guiarem por especulações.
Entretanto, a Renamo, segundo dados apurados pelo nosso jornal teria “advertido” aos deputados da AR sobre a falta de condições de segurança nos locais que estes pretendem trabalhar, nomeadamente, nos distritos de Macossa e Gorongosa.
Confrontado com esta situação, o governante foi peremptório ao afirmar que o Executivo, através das Forças de Defesa e Segurança garante aos parlamentares todas as condições de segurança e tranquilidade para realizarem o seu trabalho de busca da verdade.  
“Não vou responder em nome da Renamo. Porém, devo dizer que o objectivo desta audição é trazer a verdade e ela deve ser trazida de forma natural. Chamamos a atenção aos deputados das prováveis intenções da Renamo que seriam de obstruir que a verdade seja trazida e asseguramos (aos parlamentares) que estamos aptos a garantir essa segurança”,garantiu a fonte.
Sobre o trabalho levado a cabo pelas autoridades governamentais em torno desta questão, José Coimbra reiterou que as investigações policiais preliminares realizadas no terreno não apontam para a existência de “vala comum”, nem no distrito de Gorongosa, nem em Macossa.
Na ocasião, o vice ministro da pasta do Interior disse que a sua instituição está a par de rumores, segundo os quais mais corpos sem vida foram encontrados em Mocuba, na Zambézia e, mais uma vez, em Gorongosa, em Sofala e que as autoridades competentes já estão a investigar a veracidade das informações.
Ainda sobre o assunto de Mocuba, o Ministro da Justiça e Assuntos Religiosos, Isaque Chande afirmou que se tratava de uma nova situação que carecia de investigação aturada para não se incorrer nos erros dos outros distritos em que a ponte divulgou a informação antes de obter dados concisos e com fontes fiáveis e localizáveis para eventuais esclarecimentos.
“Devo dizer que é uma situação nova que neste momento não temos quaisquer outros elementos. Foi despoletada ainda esta semana e ainda temos que nos informar com as autoridades locais, nomeadamente, a PGR, o Ministério do Interior e a nossa instituição local de Justiça para nos pronunciar a esse respeito”,explicou Isaque Chande respondendo à perguntas dos deputados.
Lusa retrata-se perante notícia da “vala comum”
A Lusa, agência de notícias portuguesa, admite ter cometido erros no tratamento da informação dando conta da existência de uma vala comum na zona de Canda, no distrito de Gorongosa, em Sofala.
A Lusa também afirma que a fotografia usada para ilustrar a alegada existência de uma vala comum com 120 corpos, é falsa, que os outros órgãos de comunicação social, com maior destaque para os estrangeiros, se apoiaram do conteúdo publicado pela agência para desinformar os seus leitores.
Segundo o delegado da agência, Henrique Botequilha, o incumprimento de princípios elementares do jornalismo deveu-se aos constrangimentos que o repórter do órgão teve para aceder ao local, onde os camponeses alegaram existir uma vala comum.
Henrique Botequilha teceu estas considerações, esta sexta-feira, durante uma audição com a comissão parlamentar dos assuntos constitucionais, direitos humanos e de legalidade, a fim de esclarecer sobre as vias pelas quais obteve a informação da existência de uma vala comum, com cento e vinte corpos.
Botequilha disse, igualmente, que o repórter teria tentado, várias vezes, deslocar-se ao local apontado pelos camponeses, mas que foi impossível aceder a zona, devido às hostilidades militares entre a Renamo e as forças governamentais.
Entretanto, num outro desenvolvimento, o ministro moçambicano da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Isaque Chande, disse na mesma data que o governo vai pedir a responsabilização criminal dos promotores da notícia sobre a existência de uma vala comum no distrito da Gorongosa, província de Sofala.
“ Será pedida a responsabilização se se chegar à conclusão de que a informação posta a circular tinha como objectivo denegrir a imagem do país” disse Chande.
JORNAL DOMINGO – 29.05.2016
NOTA: Claro que é de prever a conclusão desta investigação. Não esquecer que pela definição da ONU bastam 3 corpos para que o depósito de cadáveres seja considerado de “vala comum”. Ainda não ouvimos qual a definição que a Frelimo e a Assembleia da República faz de “vala comum”. Se ainda não definiram o que é uma “vala comum” de que é que andam à procura?
Fernando Gil

Machado da Graça no Savana de 27.05.2016

sábado, 28 de maio de 2016

Moçambique: encontrados mais corpos abandonados

 


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Corpos_MacossaEsta quarta-feira (25.05) foram encontrados mais sete cadáveres nas matas do distrito em Macossa, Manica. Os corpos terão sido abandonados há dois meses e a zona onde foram depositados foi queimada.
A descoberta foi feita por um grupo de jornalistas, incluíndo um repórter da DW África, que se deslocou ao local para investigar a existência de valas comuns. Sobe assim para 21 o número total de corpos encontrados nesta zona desde o início do mês.
Perto dos corpos foram encontradas cápsulas e botijas de plástico, com alguns restos de líquidos. Alguns dos corpos aparentam ter sido amarrados e estar sem roupa.
Segundo os testemunhos de um agricultor e de um garimpeiro que costumam trabalhar na baixa do rio Nhaduwe, a cinco quilómetros do local onde foram encontrados os cadáveres, os corpos terão sido abandonados durante a noite, por desconhecidos. “Já passaram dois meses desde que eu vi estas pessoas aqui. Acordei muito cedo para ir à minha machamba, quando vi as pessoas mortas. Fui-me embora e não voltei mais”, conta um deles.
Em conferência de imprensa, o comandante provincial da polícia de Manica, Armando Mude, disse que por ordem das autoridades governamentais já foram a enterrar os onze corpos que foram descobertos debaixo de uma ponte, perto da Estrada Nacional 1 (N1) que divide os distritos da Gorongosa (Sofala) e de Macossa (Manica).
No entanto, a DW África esteve no local esta quarta-feira (25.05) e viu quatro desses corpos ainda no local, encontrados há mais de um mês.
A mesma testemunha que viu os 11 cadáveres nas matas confirma a existência de corpos deixados ao abandono. “Não enterraram nada aqui. Estão aqui as pessoas, de qualquer maneira. Não as enterraram”, afirma.
Assassinatos e raptos em Vunduzi
A Procuradora Provincial de Sofala disse que já trabalhou no terreno, mas não achou as valas comuns nem os corpos abandonados.
Entretanto, a população de Vunduzi, no distrito vizinho de Gorongosa, denuncia assassinatos e raptos civis levados a cabo por membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS).
O pai de Carlitos Azarias Meque foi uma das vítimas destes atos. Foi espancado pelas tropas governamentais e viu as suas quatro casas serem incendiadas.
“Eles chegaram, pegaram no meu pai que estava ali, bateram-lhe, deram capoeira. Amarraram-no, puseram-no no carro e levaram-no, para lhe bater mais, e depois trouxeram-no de novo. No outro dia, chegaram, bateram-lhe e deram-lhe um tiro. Ele conseguiu fugir, e eles ficaram aqui a queimar as casas”, conta Carlitos Meque.
Hoje, a família de 13 membros vive debaixo de uma árvore, sem roupa ou alimentos, que foram destruídos juntamente com as casas.
No distrito de Gorongosa, várias escolas, hospitais e igrejas estão encerrados devido à insegurança. Esta quinta-feira (26.05.), mais de 10 carros blindados e várias dezenas de militares estavam posicionados no povoado de Mucodza, na única via que dá acesso a Vunduzi a partir da vila de Gorongosa.
Os pequenos agentes económicos daqueles povoados queixam-se das barreiras, que estão a dificultar a compra de produtos na vila sede.
DW – 27.05.2016